Live debate o cinema independente na MUBI

Por Felipe Filipin

No dia 6 de outubro, foi realizado um bate-papo online sobre as possibilidades do streaming com a Maria Clara Bruno, coordenadora de Marketing e Mídias Sociais da MUBI, uma das principais plataformas internacionais de cinema independente. O evento aconteceu dentro da programação do 17° Festival de Comunicação (FestCom) do Centro Universitário Barão de Mauá, com mediação da aluna Isis Santos, do curso de Produção Audiovisual, e da professora Belisa Figueiró.

Para começar, Maria Clara fez uma breve apresentação do que é a MUBI, como os filmes são selecionados e de que forma a plataforma interage com o seu público consumidor. Nesse sentido, ela destacou a importância do acesso dos estudantes e como a MUBI tenta contribuir com a formação cinéfila.

A coordenadora também reforçou que a MUBI não utiliza algoritmos para a curadoria dos filmes, pois o processo é totalmente feito por pessoas que conhecem o mundo do cinema e selecionam a dedo o conteúdo que será exibido em seu catálogo.

Por meio de pesquisas internas, a MUBI também já identificou que o público brasileiro compõe uma parcela considerável dos assinantes e que a plataforma está sempre muito atenta às sugestões que são feitas, principalmente através das redes sociais.

A MUBI também realiza parcerias aqui no Brasil, especialmente com os canais de entretenimento Jovem Nerd, AdoroCinema, entre outros. Da mesma forma, os festivais de cinema são parceiros da plataforma, abrindo espaço para novos filmes independentes serem exibidos na sequência dos eventos.

Com relação às faixas etárias mais presentes, ela afirmou que o público se divide entre 18 e 25 anos, e depois entre 25 e 34 anos. E que o fluxo de filmes assistidos é bem variado, não existindo um conteúdo específico ou prioritário. “O nosso assinante confia muito na curadoria que fazemos. Ele sabe que vai gostar da maioria dos filmes que estão na MUBI. Isso também aumenta muito a nossa responsabilidade”, afirmou.

Sobre o impacto da pandemia no setor audiovisual, Maria Clara concordou que houve um crescimento exponencial nesse período e informou que houve até mesmo uma mudança no plano de negócios da empresa. Inicialmente, a cada dia, a MUBI incluía um e excluía outro filme, deixando apenas 30 obras à disposição do assinante. Com a pandemia e o aumento nos acessos, mais de 100 filmes ficaram disponíveis, além daqueles que entravam ou saíam diariamente.

A concorrência também foi um tema abordado, visto que esse impulsionamento ampliou o número de assinantes em todas as plataformas de streaming, no Brasil e no mundo. Para ela, é importante que o consumidor tenha várias opções no mercado, e sempre haverá aqueles que assinam mais de uma plataforma, como a MUBI e a Netflix, ou a Amazon Prime Video.

Uma das questões mais aguardadas pelos alunos foi com relação ao acesso dos curtas-metragens produzidos na faculdade e se eles seriam aceitos pela MUBI. Segundo Maria Clara, “isso é perfeitamente possível”, basta que os interessados enviem um e-mail falando sobre o seu filme: hello@mubi.com

Ela reconhece que os estudantes encaram diversas dificuldades para realizar os seus primeiros projetos e que existem muitas “panelinhas no Brasil”. Portanto, não se pode ter medo ou vergonha de apresentá-los aos curadores, seja de festivais, seja das plataformas. “Vocês precisam dar a cara a tapa. O ‘não’ vocês já têm”, encorajou ela.

Para finalizar, Maria Clara reforçou a importância do cinema de autor, o cinema independente. E que a MUBI não visa apenas o lucro, mas também o apoio aos iniciantes, dando visibilidade a todos os cinemas criativos, não importando se os realizadores foram consagrados pelos festivais ou não.

Acesse e assista a live na íntegra: