Debate sobre Jornalismo e Direito reúne juristas em live da Barão

Por Jamiele Cavalcante

No dia 29 de setembro, a Barão de Mauá transmitiu a live “Jornalismo e Direito: os desafios na comunicação na cobertura política”. Os entrevistados foram João Carlos Borda e Marcelo Goulart, mediados pelo professor José Antonio Bonato e pelo aluno de Jornalismo do 6º semestre, Álvaro Momenso.

Borda é formado em Ciências Sociais e em Jornalismo. Atualmente, também faz graduação em Direito. Palestrante na área de crime organizado e escritor, tem dois livros publicados sobre ações criminosas na devastação da Amazônia, e um sobre a pandemia do novo Coronavírus. Como repórter especial, fez reportagens para os principais jornais da Rede Globo: Bom dia Brasil, Jornal Nacional, Fantástico e Globo Repórter.

Goulart é Promotor de Justiça aposentado do Ministério Público de São Paulo, presidente do Instituto Brasileiro de Pesquisa e Estudos em Ministério Público, Direito e Democracia. Escreveu o livro “Elementos para uma teoria geral do Ministério Público”, publicado pela editora D’Plácido, em 2019, na coleção Ministério Público Resolutivo.

A live trouxe discussões sobre como os jornalistas devem estar preparados para informar assuntos jurídicos de forma clara e direta, pois um cidadão bem informado é um cidadão que participa de forma direta dos assuntos políticos. Como disse Borda, o Ministério Público e a imprensa estão cada vez mais próximos, visto que as duas partes têm uma responsabilidade com a sociedade, e é no fortalecimento de ambas que vamos construir um país melhor.

A imprensa tem o dever de divulgar os fatos com exatidão e credibilidade, sem usar muitos termos do chamado “juridiquês”, como lembrou Goulart. A notícia deve ser clara para que o telespectador entenda e compreenda o que está sendo dito. “Precisamos de jornalistas que se especializem no campo jurídico”, reforçou ele.

A relação entre a imprensa e o público também foi um dos assuntos discutidos na live. De acordo com Goulart, se existem muitas pessoas opinando sobre o comportamento dos órgãos de Justiça, isso é um bom sinal, pois significa que o que acontece dentro desses órgãos está chegando ao conhecimento desse público e a imprensa está divulgando tais assuntos. Por outro lado, Goulart questionou o modo como a imprensa faz essa divulgação. Na opinião dele, o jornalista deve ter um conhecimento amplo sobre o assunto, e somente assim a sociedade conseguirá compreender e entender as questões jurídicas.

Por fim, a live igualmente discutiu as redes sociais nos dias de hoje. Segundo os palestrantes, o jornalismo tem “participação” nesse processo e reflete a opinião de milhares de pessoas. É no âmbito da internet que também ocorre a propagação de fake news sem limites. Nesse sentido, Borda afirmou que, na atualidade, alguns jornalistas perderam a capacidade de se aprofundar, dando muita ênfase ao estrelato nas redes sociais, se esquecendo do conteúdo de qualidade. Para se tornar um bom jornalista, segundo Borda, é preciso ter boas fontes, credibilidade e conteúdo.