Ecovision traz debate sobre a sustentabilidade no Brasil

Por Erik Shutz, Felipe Gondo, Julia Tornai e Marília Campos

A questão do manejo dos resíduos sólidos ainda é um desafio constante para um país de dimensões continentais como o Brasil. Diariamente, toneladas desses materiais são descartadas de maneira irregular, contribuindo para a sobrecarga dos sistemas de coleta e tratamento, bem como para a degradação do meio ambiente.

De acordo com o jornal A Gazeta do Povo, 80 milhões de toneladas de lixo são produzidas a cada ano pela população. O mais agravante é que apenas 4% deste volume é reaproveitado ou reciclado. O hábito de descartar sem considerar os impactos ambientais ainda é uma realidade que persiste na rotina da população brasileira, evidenciando a urgência de promover uma mudança de mentalidade e adotar práticas mais sustentáveis para garantir a preservação ambiental a longo prazo.

O Grupo Zulmira Ambiental é uma empresa localizada em Ribeirão Preto que trabalha com reciclagem de materiais e arrecada milhões de reais todos os anos. O trabalho de captação, separação e destinação de sucatas em geral é norteado pelo princípio da sustentabilidade que prevê o reaproveitamento de materiais em prol da melhoria do meio ambiente e no apoio dos processos sustentáveis. José Marcos Carrera e Marco Antônio Carrera, filhos da matriarca Zulmira que iniciou os trabalhos da empresa, hoje tomam conta do negócio e valorizam o trabalho exercido em prol do meio ambiente.

Veja o vídeo que detalha melhor o processo de separação e destinação dos materiais por lá:

A sustentabilidade é fundamental para equilibrar o uso dos recursos naturais e preservar o meio ambiente, garantindo qualidade de vida para as gerações atuais e futuras. O conceito envolve práticas que minimizem o impacto ambiental das atividades humanas, promovendo o desenvolvimento econômico, social e ambiental de forma integrada. Para isso, é importante que se promova não apenas uma mudança de comportamento individual, mas também uma reestruturação dos sistemas de gestão de resíduos, incentivando a coleta seletiva, a reciclagem e a reutilização como práticas cotidianas.

Um levantamento feito em Ribeirão Preto pela Prefeitura mostra que, no período de janeiro a setembro de 2023, aproximadamente 68 mil pessoas utilizaram os seis Ecopontos espalhados pela cidade. Os ecopontos são locais destinados à entrega voluntária de resíduos pela população, como resíduos da construção civil, recicláveis, inservíveis e eletroeletrônicos. A ação, no entanto, não é um hábito para todos.

Para ilustrar o cenário, fizemos um levantamento sobre a coleta seletiva entre moradores de Ribeirão Preto, buscando mostrar o conhecimento das pessoas acerca do processo de reciclagem. A partir de um formulário com perguntas sobre a rotina de separação de resíduos – que foi divulgado não apenas nas redes sociais, mas também de forma presencial junto aos alunos do Centro Universitário Barão de Mauá –, foi possível obter um panorama de como a prática está inserida na vida das pessoas. Ao todo, o formulário obteve 57 respostas, que deram origem ao infográfico seguinte.

Ainda é muito comum encontrar no Brasil os lixões a céu aberto, uma forma inadequada de descarte de rejeitos diretamente no solo. O processo de decomposição desses resíduos libera, entre outras substâncias, o metano, um dos gases de efeito estufa mais potentes em termos de retenção de calor na atmosfera. Sendo assim, esses espaços de descarte contribuem significativamente para o aumento do efeito estufa e, consequentemente, o aquecimento global.

Como parte deste trabalho de Produção Multimídia, foi produzido um episódio de podcast com a participação da bióloga Andréa Tomazzeli, no qual foi discutida a intensificação do efeito estufa e seus impactos devastadores no nosso planeta. Nessa conversa, foram assuntos também os efeitos alarmantes do desmatamento na Amazônia, um dos pulmões verdes do mundo, e as propostas e estratégias viáveis para mitigar esse cenário preocupante.

Ouça a entrevista:

O fenômeno do aquecimento global destaca a urgência de implementar políticas e práticas que visem reduzir essas emissões. Foi a partir desse raciocínio que a ONU promoveu a agenda 2030, pensando em uma gestão mais sustentável dos resíduos e contribuindo para a mitigação dos impactos ambientais através de ações sustentáveis no dia a dia da população. A preservação do meio ambiente é uma responsabilidade coletiva e precisa ser levada em consideração todos os dias por cada indivíduo.