Reportagem: Leandro Isac
Desde março de 2020 as aulas presenciais no Centro Universitário Barão de Mauá estavam suspensas por conta do novo coronavírus e de lá para cá os alunos vinham tendo somente aulas online. Com o retorno das aulas presenciais o sentimento é de alegria mesclado com medo, pois por mais que seja importante o contato pessoalmente entre aluno e professor, o vírus ainda está por aí e segundo cientistas, o risco de uma segunda onda é grande.
A coordenadora dos cursos de comunicação, Carmen Justo, falou que o lado bom do retorno das aulas é porque há muitos alunos que não possuem um bom acesso à internet e com isso o mesmo acaba perdendo bastante conteúdo.
“A minha percepção sobre o regresso das atividades presenciais é benéfica porque aqueles que conseguem se locomover até a faculdade para desenvolver as atividades tem o benefício de aplicar na prática o conhecimento adquirido e também funciona como estimulante para a qualidade psicológica dos alunos durante esta pandemia”.
Carmen também disse que o aprendizado dos alunos melhorou muito com a junção dos formatos online e presencial e o motivou a aplicar os conhecimentos adquiridos.
“O aluno pode experimentar uma nova forma de aprendizado com as aulas remotas e isso foi muito importante porque conseguimos ver de perto o bom desenvolvimento deles em um formato de aulas totalmente diferente. Acredito que a combinação das partes práticas e remotas, juntamente com o distanciamento social, uso e máscaras e limpeza da faculdade, funcionaram muito bem neste semestre”.
A aluna Luiza Araújo, do terceiro ano do curso de Jornalismo, disse que gostou muito de retornar as atividades presenciais, pois não conseguia focar nos estudos estando totalmente em casa.
“A minha maior dificuldade foi a minha autodisciplina, porque fica muito difícil focar nos estudos quando você está o tempo todo em casa. São várias distrações como mexer constantemente no celular e navegar em outros sites enquanto se está estudando, sem contar na falta de recursos para fazer os trabalhos práticos”.
O Aluno Amarildo Pizzi, também do terceiro ano do curso de Jornalismo, falou que apesar de preferir as aulas presenciais, este retorno exige cuidados redobrados, pois há muitos alunos que moram com familiares que são do grupo de risco e falou também sobre o problema de ter que se locomover até a faculdade todos os dias.
“Quem tem familiares no grupo de risco perde esse conteúdo prático. Outro ponto negativo no meu caso é o ônibus da prefeitura que leva os alunos das faculdades não ter voltado, então quem está tendo aulas presenciais tem que gastar com combustível para ir na faculdade”.
Sensação de dever cumprido
O professor de fotografia, Jefferson Barcellos, comentou que foi satisfatório essa sensação de crescimento profissional que as aulas remotas trouxeram e que hoje se sente preparado para as mais diversas situações.
“O contato com os alunos e a troca foi maravilhosa. A educação é uma via de mão dupla e recebi muito mais do que dei. Hoje eu me sinto preparado para situações que eu nem imaginava que poderiam existir. O formato remoto nos preparou para sermos melhores profissionalmente”.
A professora, Jéssica Amorim, também falou sobre os benefícios que as aulas presenciais trouxeram, porque presencialmente o professor consegue ver em tempo real o que o aluno está produzindo e já dar um feedback naquele trabalho.
“No presencial eu corrigia na hora e junto com eles, apontava os errinhos, indicava melhorias. O trabalho em si os alunos poderiam continuar fazendo em suas casas, mas esta conexão pessoal com o aluno e a dinâmica em sala de aula são muito importantes para nós professores e também para o aluno.
Quem também ficou bastante satisfeita com o retorno das aulas práticas foi a professora, Belisa Figueiró, que falou que as atividades presenciais são imprescindíveis para que os alunos vissem na prática tudo aquilo que eles aprenderam teoricamente no semestre passado.
“O retorno das aulas presenciais foi fundamental para que os alunos compreendessem os conteúdos teóricos que começamos a ver no primeiro bimestre. As disciplinas de telejornalismo são essencialmente práticas, portanto a vivência da gravação de entrevistas e boletins no estúdio, assim como o fechamento do telejornal na ilha de edição, foi fundamental nesse aprendizado. Como ainda estamos vivendo em uma pandemia, esse retorno foi bastante adaptado, com grupos reduzidos, seguindo os protocolos de segurança e saúde. Ou seja, não foi possível reunir todos os alunos das turmas no mesmo ambiente, alguns inclusive não puderam participar das atividades de jeito nenhum. Então, eu diria que esse retorno foi um desafio bastante grande, embora muito gratificante. Os alunos voltaram a ter um contato com a faculdade, com os colegas e se desenvolveram de forma bastante satisfatória”.