A rotina das redações com a Covid-19

Reportagem: Leandro Isac

Com a pandemia da Covid-19, muitos profissionais não têm a opção de fazer home office (trabalho em casa) e precisam deixar suas casas para ir trabalhar todos os dias, ficando expostos e vulneráveis ao vírus. Jornalistas desempenham atividade essencial para manter as pessoas informadas sobre o que está acontecendo, em tempo real. Alunos do curso de jornalismo da Barão de Mauá estão nessa frente.

O desafio do jornalismo esportivo

Felipe Bolito, 20, é estagiário no Globo Esporte da EPTV e está no último ano do curso de Jornalismo e falou sobre as precauções que a empresa está tomando para impedir o avanço do vírus . “A EPTV distribuiu máscaras e álcool em gel para todos os funcionários e separou equipes em turnos da manhã e a tarde para evitar aglomerações”.

Bolito também comentou como a pandemia mudou sua rotina, pois trabalha na área do jornalismo esportivo, e as atividades foram suspensas.

“Está sendo muito difícil encontrar notícias. Estamos tentando fazer o máximo possível de matérias com treinadores e jogadores sobre a rotina deles, para conseguirmos divulgar nos próximos dias, pois não sabemos até quando vai tudo isso”.

Neste momento a imprensa cumpre seu maior papel. “Tem que mostrar a verdade, tem mostrar o que é certo, o que está acontecendo. O jornalismo tem esse papel de informar neste momento difícil”.

Jornalistas contra as fake news

O jornalista Juliano Gonçalves trabalha no portal G1 e faz a cobertura das notícias de Ribeirão Preto e Franca, e disse que cobrir a pandemia do novo coronavírus tem sido desafiador e intenso.

“Assim como os profissionais da saúde que estão na linha de frente, eu costumo dizer que o jornalista está numa linha um pouquinho mais atrás. É essencial neste momento para difundir as informações corretas, em meio a uma grande quantidade de fake news. Nosso objetivo é deixar a população bem informada, visto que ela está cada vez mais interessada em saber dos fatos”.

Ele também falou sobre as dificuldades que tem encontrado em conseguir falar com suas fontes, e a busca por outras notícias para divulgar.

“São muitas as dificuldades, principalmente em conseguir conversar com as pessoas, porque estão em isolamento. Fora que todos os outros factuais que acontecem no nosso cotidiano acabam diminuindo, ou não sendo vistos por nós, jornalistas. Como as denúncias em redes sociais que chegavam pra gente, e agora não estão chegando”.

Home office

Luiz Fernando Figliagi também é estagiário na EPTV e precisou fazer seu trabalho em casa, pois sofre de um problema respiratório que faz com que ele seja do grupo de risco do novo coronavírus.

“A tarefa de trabalhar em meio a uma pandemia é complicada. Os horários são estreitos e as equipes não se encontram mais na redação. Grande parte dos profissionais estão em casa de home office, o que dificulta a integração da equipe. Você precisa conciliar os seus horários com os de outras pessoas”.

Ele também falou sobre a importância do jornalismo durante esta crise e de manter a saúde mental em meio a tantas fake news.

“Temos que manter a lucidez, pois somos bombardeados o dia todo com informações nada convencionais e o jornalismo é a peça fundamental e o fio condutor. Sem ele, pode acreditar, não teríamos tantas pessoas em casa e não teríamos contido o pico da crise como fizemos”.