Por Jamiele Cavalcante
No dia 07 de outubro, foi ao ar a live sobre gameficação com o professor Diogo Porfirio. O evento foi mediado pela professora Belisa Figueiró e a entrevista realizada pela aluna Letícia Marques, do 8º semestre de Jornalismo.
“Jogos e gameficação na comunicação: como aplicá-los à prática do mercado” foi a pauta em questão. Porfirio é físico formado pela USP-São Carlos com mestrado e doutorado em Neurociência Computacional pela USP-Ribeirão Preto. Professor de programação nos cursos de Jogos Digitais, Ciência da Computação e Análise e Desenvolvimento de Sistemas na Barão de Mauá. Atualmente, ele trabalha com soluções em T.I. para saúde e aplicações de jogos na educação formal.
O professor começou a live explicando que os Jogos Digitais não servem apenas para diversão, mas também para gerar uma experiência significativa, além de ser uma ferramenta importante para tratar qualquer tipo de conteúdo. A tecnologia digital traz muitas vantagens para os jogos, como a possibilidade de interação mais dinâmica entre o usuário e a mídia, potencializando esses produtos. Uma das bases dessa experiência significativa é a gameplay, que é a mecânica dos jogos diretamente associada à narrativa.
Porfirio também reforçou que os chamados “jogos sérios”, ou “serious games”, são ferramentas muito aplicáveis ao aprendizado e engajamento. O psicólogo Mihaly Csikszentmihalyi diz que os jogos digitais ajudam o homem a atingir o “estado de fluxo”, estado esse que pode ser atingido pelas diversas atividades humanas e nos causam a sensação de não estarmos mais em nossa realidade, com máxima imersão e aprendizagem.
Para se produzir “bons jogos”, existem algumas ferramentas essenciais: a identidade, pela qual seus jogadores assumem uma identidade e responsabilidade dentro desse jogo; a interação, necessitando um bom feedback; a produção, jogadores são também “escritores” e não apenas “leitores”, criando uma carreira dentro do jogo; tomada de risco, ambiente seguro, entre outras. Basicamente, os bons jogos apresentam sempre um conteúdo bem estruturado, e fazem com que o jogador se empenhe, e apresente uma consolidação.
A gameficação não é exatamente um jogo, é uma forma de tornar algo mais lúdico e que pode ser aplicada dentro de uma empresa, associada a um público-alvo específico, como funcionários, consumidores, ou outro tipo de público de interesse. Essa atividade utiliza algumas características mecânicas de jogos, como pontuação, metas, feedback imediato, recompensas em troféus ou pontos, e, por fim, o caráter social.
Na comunicação, a gameficação é uma maneira de transmitir determinado conteúdo e e de se comunicar. Mesmo no Jornalismo, é uma maneira de “chamar a atenção” do leitor, promovendo a reflexão sobre as notícias e reportagens. Um dos exemplos citados pelo professor foi o do jornal norte-americano The New York Times, que utilizou plataformas de games para engajamento de leitores. Na Publicidade, esse engajamento se dá diretamente com o consumidor, podendo criar um jogo para divulgar uma determinada marca. Para a Produção Audiovisual, as aplicações são diversas, desde as animações em tempo real até mesmo na questão do roteiro que será desenvolvido para esse jogo.
Por fim, o professor reforçou que o objetivo da gameficação é o engajamento emocional. Ele acredita no grande potencial dos jogos no aprendizado e em outros contextos sérios quando aplicados de maneira apropriada.