Reportagem de: Nathalia Bovi
“Mulher no volante, perigo constante”
“Vestido curto demais, está pedindo…”
“Lugar de mulher é na cozinha”
“Mulher tem que se dar o respeito”
Machismo
As frases acima fazem parte dos ditados preconceituosos mais falados no Brasil, segundo pesquisa do Ibope encomendada pela Skol entre 21 e 26 de setembro de 2017 realizada em todo o país. De maneira geral, os dados mostraram que 72% dos 2002 entrevistados afirmaram ter feito pelo menos um comentário que fizesse alusão à violência contra a mulher. Sendo que apenas 17% se considera preconceituoso.
Um segundo levantamento feito pelo Datafolha, com dados de 2016 e a pedido do Fórum Brasileiro de Segurança, mostrou que 5,2 milhões de mulheres brasileiras já sofreram algum tipo de assédio em transporte público e 2,2 milhões já foram beijadas ou agarradas à força.
Confira algumas dicas de como não ser machista
Violência contra a mulher
Além de terem que lidar com a questão do assédio, as mulheres, infelizmente, são forçadas a viver em uma sociedade que, além de tudo, as estupra e as agride. Em conformidade com o levantamento do Datafolha, 503 mulheres são vítimas de agressão física a cada hora, isso mesmo, a cada hora! E desse número, 52% se calou por medo do companheiro fazer algo.
E mais um dado assustador: em 61% dos casos de agressão, o agressor é conhecido da vítima. E em 19% dos casos, o agressor é o atual companheiro.
Além disso, quando o assunto é mundial, as estatísticas são ainda mais assustadoras, uma vez que 15 milhões de adolescentes de 15 a 19 anos já sofreram abuso sexual e 70% das mulheres refugiadas são vítimas de algum tipo de violência ao longo da vida. Estes dados foram disponibilizados pela Kering Foundation e são referentes aos anos de 2016 e 2017.
Confira: Reportagem traz relatos de mulheres que sofreram violência
Como o machismo surgiu?
Desde seu primórdio o mundo é machista. Nossa sociedade é pautada em uma ideologia do sistema patriarcal que sempre defendeu a superioridade do gênero masculino.
Nesse sentido, a ideia de que a mulher deveria ocupar um lugar secundário em relação ao homem está enraizada. Não é à toa que as mulheres brasileiras só conseguiram garantir seu voto em 1932, há 88 anos!
Nesta perspectiva de luta pela igualdade de gênero, surge, no século XIX, o feminismo.
Atualmente, os números de grupos feministas vêm crescendo satisfatoriamente.
Ainda que o empoderamento feminismo apareça com força no panorama atual, a trajetória a fim da liberdade e igualdade – mesmo que longa e com obstáculos – começa a se formar.
Como acabar com a violência contra a mulher no Brasil?
De maneira geral, o combate a esse tipo de violência é, principalmente, de ordem educacional. É preciso educar a população acerca de conceitos básicos de igualdade, respeito ao próximo e tolerância. É preciso fincar o conceito de igualdade entre homens e mulheres, com os mesmos direitos e deveres.
E é nesta perspectiva que o empoderamento feminino entra na jogada: a mulher deve assumir seu lugar de direito perante a sociedade e conscientizar outras mulheres a respeito de seus direitos.
Ao mesmo tempo que o machismo está intrínseco na sociedade, o empoderamento feminino é importante, pois alerta a todos que a mulher não é obrigada a fazer o que não quer só pelo fato de ser mulher.
Certamente, há a necessidade de educar a população para que se conscientize sobre a nocividade do machismo, além dos perigos da violência contra a mulher no Brasil. Por ele afetar desde situações que temos que lidar diariamente, como o assédio, até aquelas mais graves, como os crimes de feminicídio e agressões.